sábado, 27 de outubro de 2012

Me importa muito!



"Tudo com o que eu me importo, ME IMPORTA MUITO. Me suga, me leva, me atrai, se funde com tudo o que sou e me consome. Toda. Por inteiro. Sorte minha me doar tanto - e com tal intensidade - e ainda sair viva dessa vida." 
Fernanda Mello

Isto é ser feliz!


Que você seja alegre,
mesmo quando vier a chorar.
Que você seja sempre jovem,
mesmo quando o tempo passar.
Que você tenha esperança,
mesmo quando o sol não nascer.
Que você ame seus íntimos,
mesmo quando sofrer frustrações.
Que você jamais deixe de sonhar,
mesmo quando vier a fracassar.
Isso é ser Feliz..

Augusto Cury

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Reencontrando-me...


"Eu não imaginava que precisava ficar tão longe de casa, dos amigos, do cotidiano, pra perceber o quanto ando ficando longe de mim. Observar de longe as minhas roupas no varal e entender melhor como cada uma me veste, melhor ou pior. Eu precisei tirar férias do mundo para reencontrar comigo".

Denise Portes

domingo, 21 de outubro de 2012

Só o tempo!


Na hora da saudade, da tristeza, do desamparo, é com ele que contamos: o tempo. Queremos dormir e acordar dez anos depois curados daquela ideia fixa que se instalou no peito, aquela obsessão por alguém que já partiu de nossas vidas. No entanto, tudo o que nos invadiu com intensidade, tudo o que foi realmente verdadeiro e vivenciado profundamente não passa. Fica. Acomoda-se dentro da gente e de vez em quando cutuca, se mexe, nos faz lembrar da sua existência. O grande segredo é não se estressar com este inquilino incômodo, deixá-lo em paz no quartinho dos fundos e abrir espaço na casa para outros acontecimentos.

         Martha Medeiros

Como se fosse o último!




Quem dera eu aprendesse a viver cada dia como se fosse o último. 
O último para dizer “obrigada”. 
O último para dizer “me desculpa”. 
O último para dizer “eu te amo”. 
O último para abraçar cada pessoa amada com aquele abraço bom que faz um coração cantar para o outro. 
O último para apreciar a vida com o entusiasmo que não guarda nenhuma delícia nem ternura pra depois. 
O último para fazer as pazes. Para desfazer enganos. Para saborear com calma, como se me servissem um banquete, a preciosidade genuína que cada único respiro humano representa. 

Quem dera eu aprendesse a viver cada dia como se fosse o último. 
O último pra esquecer tolices. 
O último para ignorar o que, no fim das contas, não tem a menor importância. 
O último para rir até o coração dançar. 
O último para chorar toda dor que não transbordou e virou nódoa no tecido da vida. 
O último para aprontar todas as artes que a emoção quiser. 
O último para ser útil em toda circunstância que me for possível. 
O último para não deixar o tempo escoar inutilmente entre os dedos das horas. 

Quem dera eu aprendesse a viver cada dia como se fosse o último. 
O último para me maravilhar diante de cada expressão da natureza com o olhar demorado de quem olha pela primeira vez. 
O último para ouvir aquela música que acende sóis por toda a extensão da minha alma. 
O último para ler, de novo, o poema que diz tanto de mim que eu me sinto caber nos olhos do poeta que o escreveu. 
O último para desembaraçar os fios emaranhados dos medos que me acompanham. 

Quem dera eu aprendesse a viver cada dia como se fosse o último. 
Eu não perderia uma chance para me presentear com os agrados que me nutrem. 
Eu criaria mais oportunidades para dizer o meu amor. 
Para expressar a minha admiração. 
Para destacar para cada pessoa a beleza singular que ela tem. 
Para compartilhar. 
Eu não adiaria delicadezas. 
Não pouparia compreensão. 
Não desperdiçaria energia com perigos imaginários e com uma série de bobagens que só me afastam da vida. 
Quem dera eu aprendesse a viver cada dia como se fosse o último, porque pode ser. 

ANA JÁCOMO




O medo...


A pomba, que por medo do gavião, se recusasse a sair do ninho, já se teria perdido no próprio ato de fugir do gavião. Porque o medo lhe teria roubado aquilo que de mais precioso existe num pássaro: o vôo. Quem, por medo do terrível, prefere o caminho prudente de fugir do risco, já nesse ato estará morto. Porque o medo lhe terá roubado aquilo que de mais precioso existe na vida humana: a capacidade de se arriscar para viver o que se ama.

O que é decisivo é se o medo nos faz rastejar ou se ele nos faz voar. Quem, por causa do medo, se encolhe e rasteja, vive a morte na própria vida. Quem, a despeito do medo, toma o risco e voa, triunfa sobre a morte. Morrerá, quando a morte vier. Mas só quando ela vier. 
Rubem Alves

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Mulher não se contenta com a embalagem...


“Mulher tem faro, não se contenta com a embalagem. É bem mais comum ver uma mulher linda acompanhada de um homem aparentemente sem graça do que o contrário. Não é só porque a concorrência é implacável e nos contentamos com o que sobra. É porque mulher tem raio-x: consegue olhar o que se esconde lá dentro. Se além de um belo coração e um cérebro em atividade ele ainda for apetecível, é lucro. Pena que a recíproca raramente seja verdadeira. Economizaríamos fortunas em cabeleireiros e academias se os homens fossem direto ao que interessa, na alma e no espírito, para os quais não adianta maquiagem.” 

Martha Medeiros

sábado, 13 de outubro de 2012

O casamento como esconderijo...



O casamento como esconderijo.

Eu nunca havia pensado nisso.

Uma pessoa avulsa é uma pessoa com a sua solidão

escancarada, é uma pessoa que necessita fazer contatos

e explicar quem é, o que faz, do que gosta.

Uma pessoa sozinha é visada, está exposta, julgam que

ela tem mais tempo, está mais disponível, uma pessoa

sozinha, não tem onde se esconder.

Já duas pessoas juntas escondem-se das fantasias e

do julgamento alheio, se escondem da sua própria vulnerabilidade

e dos seus segredos, duas pessoas juntas protegem-se 

oficialmente, mesmo sem ter consciência de que sua

união também é isso, um esconderijo.

A sociedade costuma cobrar relações amorosas

daqueles que escolheram viver sozinhos, ou que

estão sozinhos por contigência do destino.

Os solitários, os ermitãos, os donos da própria vida

são tratados como se estivesse à margem, mas são 

casados os verdadeiros excluídos, porque

uma vez cumpridores de uma expectativa social, perdem 

seu potencial para surpreender, não chamam mais a atenção,

passam apenas a ser fazedores de filhos e de dívidas,

consumidores de imóveis de três dormitórios e carros utilitários

de viagem. Dentro do casamento, julga-se que há duas

pessoas realizadas, completamente a salvo da angústia 

existencial, da carência afetiva, dos traumas de infância, da

insanidade, do vício e dos ímpetos - imagine, ímpetos: casais

jamais ousariam fazer algo sem pensar, sem conversar muitas 

vezes antes, durante e depois do jantar.

A solidão, que sempre pareceu nos proteger, na verdade nos

coloca no centro das atenções, permite que coloquem

o dedo nas nossas feridas.

Já o casamento nos tira da prateleira, nos resguarda, 

nos escondem tão bem e tão sem alarde que

agente nem percebe que está escondido.

Martha Medeiros

Utopia?


"Fui criado com princípios morais comuns: Quando eu era pequeno, mães, pais, professores, avós, tios, vizinhos eram autoridades dignas de respeito e consideração. Quanto mais próximos ou mais velhos, mais afeto. Inimaginável responder de forma mal educada aos mais velhos, professores ou autoridades…
Confiávamos nos adultos porque todos eram pais, mães ou familiares das crianças da nossa rua, do bairro, ou da cidade… Tínhamos medo apenas do escuro, dos sapos, dos filmes de terror…
Hoje me deu uma tristeza infinita por tudo aquilo que perdemos. Por tudo o que Meus netos um dia enfrentarão. Pelo medo no olhar das crianças, dos jovens, dos velhos e dos adultos.
Direitos humanos para criminosos, deveres ilimitados para cidadãos honestos. Não levar vantagem em tudo significa ser idiota. Pagar dívidas em dia é ser tonto… Anistia para corruptos e sonegadores… O que aconteceu conosco? Professores maltratados nas salas de aula, comerciantes ameaçados por traficantes, grades em nossas janelas e portas.
Que valores são esses? Automóveis que valem mais que abraços, Filhas querendo uma cirurgia como presente por passar de ano. Celulares nas mochilas de crianças. O que vais querer em troca de um abraço? A diversão vale mais que um diploma. Uma tela gigante vale mais que uma boa conversa. Mais vale uma maquiagem que um sorvete. Mais vale parecer do que ser…
Quando foi que tudo desapareceu ou se tornou ridículo? Quero arrancar as grades da minha janela para poder tocar as flores! Quero me sentar na varanda e dormir com a porta aberta nas noites de verão! Quero a honestidade como motivo de orgulho. Quero a retidão de caráter, a cara limpa e o olhar olho-no-olho. Quero a vergonha na cara e a solidariedade. Quero a esperança, a alegria, a confiança! Quero calar a boca de quem diz: “ temos que estar ao nível de…”, ao falar de uma pessoa. Abaixo o “TER”, viva o “SER” E definitivamente bela, como cada amanhecer.
E viva o retorno da verdadeira vida, simples como a chuva, limpa como o céu de primavera, leve como a brisa da manhã! Quero ter de volta o meu mundo simples e comum. Vamos voltar a ser “gente” Onde existam amor, solidariedade e fraternidade como bases. A indignação diante da falta de ética, de moral, de respeito... Construir um mundo melhor, mais justo, mais humano, onde as pessoas respeitem as pessoas. Utopia? Quem sabe?..."

Arnaldo Jabor

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Egoísmo!


 “Sou uma margarida num campo de margaridas”, pensava a flor. “No meio das outras, é impossível notar minha beleza”.
Um anjo escutou o que ela pensava, e comentou:
- Mas você é tão bonita!
- Quero ser única! Para não ouvir reclamações, o anjo a transportou até a praça de uma cidade.
Dias depois, o prefeito foi até lá com um jardineiro, para reformar o local.
- Aqui não tem nada que interessa. Revirem a terra e plantem gerânios.
- Um minuto! – gritou a margarida. – Assim vocês vão me matar!
- Se existissem outras como você, poderíamos fazer uma bela decoração – respondeu o prefeito. Mas é impossível encontrar margaridas nas redondezas, e você, sozinha, não faz um jardim.
Logo em seguida arrancou a flor".

Paulo Coelho

Preciso sair...


"Preciso que um barco atravesse o mar
lá longe
para sair dessa cadeira
para esquecer esse computador
e ter olhos de sal
boca de peixe
e o vento frio batendo nas escamas.
Preciso que uma proa atravesse a carne
cá dentro
para andar sobre as águas
deitar nas ilhas e
olhar de longe esse prédio
essa sala
essa mulher sentada diante do computador
que bebe a branca luz eletrônica
e pensa no mar."

Marina Colasanti

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Cheguei, sem querer...


"Não sabia que era precisamente esse fracasso que me 
levaria ao lugar que desejava. 
As correntes do rio profundo foram mais
generosas que o meu remar contra elas. 
Não cheguei aonde planejei ir. 
Cheguei, sem querer, aonde meu coração queria chegar, 
sem que eu o soubesse."

Rubem Alves

terça-feira, 9 de outubro de 2012

O guerreiro e sua espada...


"Toda vez que uma espada sai da bainha, precisa ser usada. Pode servir para abrir um caminho, ajudar alguém ou afastar o perigo. Mas uma espada é caprichosa, e não gosta de ver sua lâmina exposta sem razão.
Por isso, um guerreiro jamais faz
ameaças. Ele pode atacar, defender-se ou fugir; qualquer uma destas atitudes faz parte do combate.
O que não faz parte do combate é desperdiçar a força de um golpe, falando sobre ele.
Um guerreiro está sempre atento aos movimentos de sua espada. Mas não pode esquecer que a espada também presta atenção aos seus movimentos.
Ela não foi feita para ser usada com a boca".

Paulo Coelho

sábado, 6 de outubro de 2012

Inventa um novo sonho!


“Sei que todos, algum dia, acordamos com a senhora desilusão
sentada na beira da cama. Mas a gente vai à luta e inventa um novo sonho,
uma esperança, mesmo recauchutada: vale tudo menos chorar tempo demais.

Pois sempre há coisas boas para pensar.
Algumas se realizam.
Criança sabe disso.”

Lya Luft

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Eu quero paz!



Fernanda Mello

Fica quietinha um momento...


— Fica quietinha um momento só, escuta a chuva a chegar.

E ela chegou: intensa e lenta, tornando tudo singularmente novo. A quietude pode ser como essa chuva: nela nos refazemos para voltarmos mais inteiros ao convívio, às tantas frases, às tarefas, aos amores.

Então, por favor, dêem-me isso: um pouco de silêncio bom, para que eu escute o vento nas folhas, a chuva nas lajes, e tudo o que fala muito para além das palavras de todos os textos e da música de todos os sentimentos.

Lya Luft

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Gostaria..


“…Gostaria de deixar os vidros fechados antes da chuva. Gostaria de dar três voltas na chave e não esquecer que estou dentro de mim.Gostaria de parecer inteligente diante de pinturas abstratas. Gostaria que ele não perdesse os amigos para ficar comigo. Gostaria de levá-lo ao cinema para depois recuperar as legendas em sua boca. Gostaria de me assustar mais seguido para procurá-lo com veemência. Gostaria de recolher as migalhas da mesa e arremessar o alvoroço das aves pela sala. Gostaria de sussurrar comida na colher de pau. Gostaria de conduzir um táxi para comentar o tempo. Gostaria de espalhar cigarras e vaga-lumes pela grama e vê-la tropeçar em minha voz. Gostaria de ter sempre a sinceridade de quem sente fome.”

 Fabrício Carpinejar