terça-feira, 17 de abril de 2012

Quem espera o que de nós?

" Todo mundo quer se encaixar em uma padrão.
Só que  o padrão propagado não e exatamente fácil de alcançar.
O sujeito "normal" é magro, alegre, belo, sociável e bem-sucedido.
Bebe socialmente, está de bem com a vida, não pode parecer de forma alguma que está passando por algum problema.
Quem não se "normaliza", quem não se encaixa nesse padrão, acaba adoecendo.
A angústia de não ser o que os outros esperam de nós gera bulimias, depressões, síndromes do pânico e outras manifestações de não enquadramento.
A pergunta a ser feita é: quem espera o quê de nós?
Quem são esses ditadores de comportamento que "exercem" tanto poder sobre nossas vidas?
Nenhum João, Zé, ou Ana bate á sua porta exigindo que você seja assim ou assado.
Quem nos exige é uma coletividade abstrata que ganha "presença" através de modelos de comportamento amplamente divulgados.
A normose não é brincadeira.
Ela estimula inveja, a auto-depreciação e a ânsia de querer ser o que não se precisa ser.
Você precisa de quantos pares de sapato?
Comparecer em quantas festas no mês?
Pesar quantos quilos até chegar o verão?
Então, como aliviar os sintomas dessa doença?
Um pouco de auto-estima basta. Pense nas pessoas que você mais admira: não são as que seguem todas as regras obviamente, e, sim, aquelas que desenvolvem personalidade própria e arcam com os riscos de viver uma vida a seu modo.
Criaram o seu "normal" e jogaram a formula, não patentearam, não passaram adiante.
O normal de cada um tem que ser original.
Não adianta querer tomar para si ilusões e desejos dos outros.
É fraude.
E uma vida fraudulenta faz sofrer demais. 
Eu simpatizo cada vez mais com aqueles que lutam para remover obstáculos mentais e emocionais e tentam viver de forma mais integra, simples e sincera.
Para mim são os verdadeiros normais, porque não conseguem colocar máscaras ou simular situações.
Se sofrer é, porque estão sofrendo.
E se estão sorrindo, é porque a alma lhe é iluminada.
A normose está doutrinando erradamente muitos homens e mulheres que poderiam se quisessem, ser bem mais autênticos e felizes."

Michel Schimidt - Psicoterapeuta

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