"Você pensou que eu estava à toa,
pequena dentro da lágrima, como antes. Mas eu não estava líquida, corrente. Eu
não estava disposta. Não estava vulnerável, à mercê de um encantamento. Aquele
descontentamento foi só uma nuvem que se desfez por dentro. Foi só uma
lembrança temendo os toques mais ásperos, antiternuras e abraços
inconsistentes. Então chovi perto de você. Perto. Perdoe-me pela influência
desse meu deslize. Perdoe-me pelo choro que não deu lugar à palavra mais
íntima. Pranto, às vezes, só destranca o momento, não nos devolve pro
pensamento".
Priscila Rôde
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