Me disseram que eu não podia ser verdadeira o tempo todo.
Então amputei a verdade que havia em mim.
Hoje vivo uma vida de mentira, de faz de conta.
Me
disseram também que amar demais era ilegítimo... perigoso.
Então
amputei o amor que havia em mim, pois não consegui amar pela metade.
E o
amor que eu tinha... sufocava.
Hoje tenho uma máscara
que se diz: amor.
Uso-a quando tenho que
demonstrar esse sentimento exaurível
que já há tempos não
existe de verdade.
Me disseram ainda que
não devo compartilhar tudo o que faço.
Pois 'O que os outros
vão pensar?' - me disseram!
Então amputei a
sinceridade que havia em mim.
E uso
uma máscara com auréola para me proteger.
E assim fui amputando...
sentimento após sentimento.
Até sobrar um toquinho
de mim.
Guardo minhas máscaras
em uma gaveta onde tenho fácil acesso.
Visto uma logo que
acordo. Troco de máscaras quando vou ao trabalho.
Quando saio
... Tenho uma para cada ocasião.
Minha face é genuína
apenas quando estou só.
É quando me dispo de
toda a falsidade e mergulho no meu eu verdadeiro.
É quando esqueço que
máscaras existem.
É quando sou eu mesma...
nua e crua...
Wally W. Martins
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